Por Equipe FX em 08.06.2020 às 17h04
Indicador da FX Retail Analytics e F360º feito em parceria com a SBVC traz dados de visitantes e de vendas em shopping centers e lojas físicas de todo o país
Mesmo que os números da pandemia de COVID-19 ainda assustem, os consumidores brasileiros começam a sair de casa para visitar lojas e centros de compra. É o que aponta o Índice de Performance do Varejo (IPV), realizado em conjunto pela FX Retail Analytics, especializada em monitoramento de fluxo para o varejo, e pela F360º, plataforma de gestão de varejo para franquias, pequenos e médios varejistas em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
No comparativo de maio de 2020 com abril do mesmo ano, houve aumento de 41,77% na movimentação das lojas físicas e de 83,45% nos shopping centers de todo o país. As lojas dos centros de compras tiveram o melhor desempenho, com aumento de 210,69%, enquanto as localizadas em ruas cresceram 16,83%.
Na análise regional, as lojas físicas do Centro-Oeste tiveram o maior fluxo, com 815,09%; seguido por Sul, com 511,66%; e Nordeste, 127,17%. Já as do Norte e Sudeste caíram 0,06% e 11,85%, respectivamente.
Entre os shopping centers, o melhor desempenho foi da região Sul, com 233,51%. Os centros do Nordeste cresceram 28,37% e os do Sudeste, 25,72%. A região Norte foi a única com fluxo negativo, de -20,38%; os centros de compras da região Centro-Oeste não entraram no levantamento.
Nas categorias, “moda” apresentou o melhor desempenho no período, com 455,03%. “Ótica” e “calçados” cresceram 253,28% e 215,24%, respectivamente. “Beleza” (194,03%), “eletrônicos” (167,41%) e “departamento” (137,82%) também subiram. Já “home center” e “drogaria” registraram -6,53% e -18,86%, respectivamente.
A segunda semana de maio (3 a 9), véspera do Dia das Mães, foi a mais movimentada, com crescimento 61,98% maior do que o auferido na semana anterior. Dessa forma, a semana 3 (10 a 16) teve forte queda, de -20,78%. Contudo, a partir da semana 4 (17 a 23), observa-se uma retomada no fluxo, com aumento de 5% em relação ao período anterior. Já a semana 5 (24 a 30) registrou crescimento de 14,72%.
“Com o afrouxamento dos decretos de isolamento social em lojas de itens não essenciais para alguns estados do país, o fluxo de visitas nos segmentos mais afetados retorna aos poucos. Moda é o maior destaque, no comparativo ao mês anterior e um dos segmentos que proporcionam maior ‘contato’ do cliente com o produto. O desafio das lojas neste momento é buscar alternativas simples que tragam segurança ao seu consumidor”, explica Eduardo Terra, presidente da SBVC.
Para Pedro Paulo Silveira, Economista Chefe da Nova Futura Investimentos, o momento é propício para os lojistas se aproximarem de seus consumidores, buscando estratégias de vendas. “Ainda que o fluxo de visitantes comece a aumentar, a pandemia segue como um fator impactante no desempenho do varejo. Agora é a hora de desenvolver iniciativas que colocam a loja ao lado do consumidor, mostrando que é um ambiente seguro para se visitar”.
Ainda que os consumidores estejam saindo de casa para consumirem, o indicador ainda está muito abaixo do registrado em 2019. No comparativo com maio do ano anterior, o fluxo caiu 90,78% nos shopping centers e 85,26% nas lojas físicas. As lojas nas ruas sentiram menos, com -63,79%, ao passo que as de centros de compras tiveram -94,13%.
Na análise regional, as lojas físicas do Sudeste e Nordeste tiveram o pior desempenho, com -89,94% e -89,47%, respectivamente. O Centro-Oeste teve -79,89%, seguido por Norte (-77,37%), e Sul (-54,96). O acumulado do ano em todo o país é de -41,82%.
Entre os shopping centers, o pior desempenho também foi da região Sudeste, com -97,52%, seguido pelos centros do Nordeste, com -95,54%. O Nordeste teve um retração no fluxo de -86,48% e o Sul, -69,77% – o acumulado do ano nos shopping centers de todo o país é de -47,04%.
Nas categorias, “eletrônicos” é a que tem o pior desempenho, -99,55%. Outras cinco caíram acima de 80%: “calçados” (-89,74%), “moda” (-88,43%), “ótica” (-88,24%), “beleza” (-85,26%) e “departamento” (-84,99%). Já “home center” apresentou -65,01% e “drogaria”, -10,86%.
“Os dados confirmam o que os varejistas e empresários já perceberam. As políticas diferenciadas de cada estado na flexibilização do comércio e o receio de muitos consumidores ainda impedem que as pessoas possam circular nos locais de consumo como antigamente”, afirma Flávia Pini, CEO da FX Retail Analytics.
Não foi apenas a quantidade de consumidores que cresceu timidamente em maio, ainda que muito abaixo em relação ao ano anterior. As vendas acompanharam a mesma dinâmica, segundo dados da F360º, plataforma de gestão financeira com conciliação automática de vendas por cartão para o pequeno e o médio varejista.
Na comparação entre as vendas realizadas em maio com as de abril de 2020, observa-se aumento de 150,16% no volume financeiro e de 158,09% na quantidade de transações efetuadas em todo o país. Os shopping centers tiveram desempenho melhor do que as lojas de rua: 241,31% x 144,42% nos valores e de 300,63% x 151,18% no total de pedidos.
Contudo, os números positivos ainda estão abaixo das vendas realizadas no ano passado. Na comparação com maio de 2019, houve queda: -46,63% no volume financeiro e -54,93% nas transações. Enquanto as lojas dos centros de compras caíram -76,8% e -81,96%, as lojas de rua registraram -34,72% e -45,94% nos valores negociados e nos pedidos, respectivamente.
O acumulado do ano (entre janeiro e maio de 2020) também registra grande queda. Na média nacional, o volume financeiro foi de -37,88% e a quantidade de vendas, -40,99%. Nas lojas de rua, o índice é de -31,08% (valores) e -35,94% (pedidos); nos shopping centers –47,77% e -49,76%.
“Os dados mostram que a flexibilização começa a impactar positivamente o comércio como um todo, ainda que o medo de contágio por parte das pessoas e as próprias regras determinadas pelos governos estaduais façam com que esse desempenho seja tímido”, explica Henrique Carbonell, CEO da F360°.
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